sexta-feira, 25 de julho de 2014

De vez em quando pesa. E de vez em quando eu me sinto desabando por dentro. E de vez em quando eu quero mais do que dá pra ter. De vez em quando esse meu jeito me fode. De vez em quando distribuir um pouco de mim me alivia. De vez em quando é de quando em vez. De vez em quando quero fugir. Sim, fugir. De mim, de ti, de nós. Fugir disso aqui que eu escolhi pra mim, disso que escolhemos pra nós. De vez em quando me dá vontade de falar e quando em vez não falo. Sempre é a vez de não falar. De vez em quando é vez de ouvir, de vez em nunca é vez de falar. E são tantas vezes de quase tudo que esse tudo dá vez pro nada.  Por céus, hoje eu quero ter a vez de dormir. Dormir sem pensar antes, dormir e acordar cheia de mim e vazia de tudo isso. De vez em quando é todo tempo. De vez em quando dá. De vez em quando não dá. De quando em vez entra. De vez em quando sai.

De vez em quando 
é agora.
De quando em vez é todo tempo.

E hoje foi a vez de doer.




Fernanda Paiva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário